data-filename="retriever" style="width: 100%;">Nos últimos dias, assisti uma entrevista com a atriz Fernanda Montenegro que me fez refletir bastante sobre o nosso atual momento econômico e social brasileiro. Pois bem, a conversa foi muito bem conduzida, e as respostas dadas pela atriz sensacionais, como é de se esperar. Mas, destaco uma feita por ela. A jornalista perguntou: "o que se precisa, hoje, para se "ter" bons atores e atrizes no Brasil?" E, prontamente, a Fernanda responde, de forma bem objetiva: "ofício".
Ora, a resposta é clara e revela de fato o que precisamos para voltarmos a crescer economicamente. Fazendo uma analogia com a teoria econômica, o que "ela" quis dizer é bem simples: o capital humano precisa ser produtivo. O motor do crescimento econômico é dependente de dois fatores: alta produtividade do trabalho e do capital. E, se o capital humano tiver qualidade e técnica para desempenhar as suas funções, atrelado a novos conhecimentos adquiridos, teremos a solução do problema da falta de desenvolvimento interno de nosso país.
O que a Fernanda sintetizou foi bem isso e afirmou que, se as pessoas tiverem ou souberem qual o seu verdadeiro ofício, 50% das coisas serão resolvidas. Claro que isso não é bem fácil assim, dado que vivemos em uma nação com alta taxa de desigualdade e conflitos institucionais. Mas, de fato, o que o "ofício" revela é a necessidades do reconhecimento do que eu sei fazer e de como posso contribuir de forma produtiva ao país.
Então, você já perguntou para si mesmo quais são suas competências? O que você sabe fazer? Essa é a pergunta chave para todos (as). Observamos muitos profissionais que não possuem as competências necessárias para certas ações, tarefas. Estão executando elas apenas por necessidade. Vejamos as carreiras públicas, há inúmeros profissionais, mas existe as exceções, que estão ali apenas pelo salário do final do mês, sem ter o ofício de saber o que é ser um trabalhador público, ou seja, dedicação 100% à sociedade. Servir ao próximo na sua plenitude, sem qualquer discriminação, preconceito e sem rivalidade.
E na iniciativa privada isso não é diferente, quanta incompetência ainda existe nas empresas que visam o lucro. No atendimento, na prestação de serviço, na gestão, no planejamento. Muitos têm a vontade, mas falta o oficio de ser um bom empresário, ou ser um bom trabalhador no setor. Empreender e trabalhar em prol da alta lucratividade é uma tarefa que exige dedicação, eficiência e de risco.
Em virtude de nossa sociedade ser muito desigual, e com fraco desenvolvimento econômico ocorrem essas divergências, ou seja, muitos trabalhadores realizam trabalhos, ações, tarefas que não tem ofício para fazer. E isso acaba atrapalhando a busca por mais eficiência econômica e o melhor bem estar da sociedade.
Por fim, quero aqui externalizar o meu apreço por todas as pessoas com ou sem ofício. Apenas trouxe esse assunto no sentido de refletir e debater sobre um tema que me preocupa muito nos dias de hoje, a falta de produtividade em nossa economia. É de se pensar categoricamente sobre este assunto, precisamos urgentemente de políticas macroeconômicas que visem isso. E também de atitude por parte das pessoas. Podemos estar perdendo muitos talentos que podem contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e equilibrada.